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Foto do escritorFesta Brincar

A Pedagogia Waldorf é baseada na ANTROPOSOFIA, filosofia criada pelo austríaco Rudolf Steiner

A pedagogia Waldorf, é uma das metodologias que norteiam o trabalho da Festa e Brincar e para que você, nosso cliente, conheça um pouco mais do que está por trás dela, trouxemos um texto, elaborado pelo jardim das amoras, afim de abastecer-lhes com mais informações!


"Através de uma minuciosa observação do ser humano, esta pedagogia nos permite realizar um profundo estudo do desenvolvimento infantil, não apenas no âmbito cognitivo e intelectual, mas também no âmbito físico-corporal e sentimental-emocional.


Assim, dentro da prática pedagógica, cultiva-se o SENTIR por meio da abordagem artística constante; incentiva-se o QUERER (agir) através das atividades corpóreas; e o PENSAR vai sendo cultivado desde a imaginação dos contos de fadas e histórias no jardim, até o pensar abstrato e rigorosamente científico no ensino médio.


A prática pedagógica torna-se coerente com cada etapa do desenvolvimento infantil, proporcionando o “alimento” necessário a cada fase, e contribuindo portanto, para uma formação integral e mais saudável da criança. Na Pedagogia Waldorf, o professor deve ser um adulto preparado e consciente da responsabilidade de educar, considerando a importância do exemplo para a educação, pois no primeiro setênio, os primeiros sete anos de vida, a criança aprende principalmente por meio do exemplo e da imitação de tudo o que está a seu redor. Nessa fase, a criança está desenvolvendo principalmente seus órgãos dos sentidos, que são as janelas do corpo para o mundo da natureza, do meio ambiente e da outra pessoa.


Os sentidos apoiam-se uns nos outros, inter-relacionam-se para que se entenda o grande “sentido” do mundo. Educar também é exercitar de forma saudável os sentidos das crianças e, portanto, todas as atividades do jardim de infância visam atender ao desenvolvimento sensório.


A proposta do Jardim das Amoras para a educação infantil é de proporcionar um ambiente onde crianças de 9 meses a seis anos de idade, possam descobrir o mundo através de um brincar saudável e seguro, dentro e fora da sala de aula, e cercadas pela natureza. As salas propiciam um ambiente parecido com o lar, com todo o acolhimento e aconchego. A convivência entre crianças de idades diferentes é estimulada com base no que acontece numa família em que irmãos mais velhos olham os menores, e estes se espelham nos maiores concentração com um verde gramado, muitas árvores, arbustos e flores, cordas, balanços e escorregadores compõem um ambiente propício para as crianças adquirirem o domínio do movimento e equilíbrio, fundamentais para um bom desenvolvimento cognitivo. É nesse âmbito dos movimentos que a criança pequena se desenvolve neurologicamente, preparando-se assim para a aprendizagem no ensino fundamental.


São desenvolvidas, então, atividades como: pular corda, correr, saltar, balançar, jogos rítmicos em roda, bem como tarefas domésticas como varrer a sala, lavar louça, pintar paninhos, etc


As caminhadas na natureza, as brincadeiras com água e areia, a direta observação das plantas, insetos e animais são o início do estudo das ciências. As noções matemáticas (contagem, relações quantitativas e espaciais, etc) são construídas pelas crianças a partir das experiências proporcionadas pelas interações com o meio, pelo intercâmbio com outras pessoas que possuem interesses, conhecimentos e necessidades que podem ser compartilhados.


As crianças têm e podem ter várias experiências com o universo matemático e outros que lhes permitem fazer descobertas, tecer relações, organizar o pensamento, o raciocínio lógico, situar-se e se localizar espacialmente.

As noções de quantidade, de tempo e de espaço são introduzidas através de diversos contextos. Pela manipulação e exploração de objetos e brinquedos, a criança pode descobrir inúmeras possibilidades associativas como empilhar, rolar, transvasar, encaixar. Pode explorar ainda as propriedades geométricas dos objetos como formas, tipos de contornos, etc.


A criança tem à sua disposição tocos de madeira, sementes de variadas formas, tamanhos e quantidades, areia, pedras, folhas, massa de modelar, brinquedos, que são instrumentos para essa exploração do mundo. Além das músicas onde estão inseridos números e quantidades, a letra proporciona a vivência do elemento rítmico, que por ser dividido em tempos (espaços de tempos) e estruturado em forma de compassos que se repetem e, em muito, favorece o desenvolvimento do pensar sequencial e lógico, que é base do raciocínio matemático.

Na jardinagem também estão sendo vivenciadas noções matemáticas referentes a grandezas e medidas. Marcação de tempo, noção de dia e noite; ontem, hoje e amanhã; dias da semana, os meses do ano; antes, agora e depois são noções trabalhadas naturalmente no dia-a-dia através das atividades rítmicas. O preparo do lanche em sala possibilita um rico trabalho, envolvendo diferentes unidades de medida, marcação de tempo e noção de temperatura. O lanche é preparado com ingredientes trazidos pelos pais de cada aluno por semana. A professora o prepara diariamente na presença das crianças e com a colaboração das mais interessadas em participar deste momento. Procura-se sempre preparar alimentos naturais, utilizando produtos como frutas, legumes, cereais integrais, mel (evita-se o uso do açúcar branco) entre outros. O cardápio tem um ritmo que se repete semanalmente, sendo essa uma das formas da criança vivenciar o tempo. O lanche é realizado em uma grande mesa, que proporciona a vivência do social durante a refeição.


A imaginação, a criatividade e a vontade são incentivadas através do brincar, que é a atividade lúdica inerente à infância e que se transformará na força de trabalho criativo do adulto. O ato de brincar não possui finalidade lógica imposta de fora, mas segue os impulsos inconscientes que têm sua origem dentro do organismo da criança. No brincar, a criança dispõe do espaço necessário para dar livre curso à sua fantasia. Brincando, ela imita o mundo que a cerca, recriando o que vivencia do mundo do adulto e aquilo que capta com os seus sentidos. Exercita ainda a interação social. Brincando, a criança cresce no jardim de infância. E se o adulto apóia essa força de vontade, dando espaço para a criança brincar sadiamente, quando ela se tornar adulta também terá vontade de agir e transformar o mundo.


“Se a criança é capaz de se entregar por inteiro

ao mundo ao seu redor em sua brincadeira,

então em sua vida adulta será capaz de se

dedicar com confiança e força a serviço do mundo.”

Rudolf Steiner


Os brinquedos oferecidos às crianças são simples, feitos com matéria prima essencialmente natural, como toquinhos de madeira, sementes, conchas, lã de carneiros, brinquedos em madeira, etc. Esses materiais oferecem uma rica experiência para o desenvolvimento dos órgãos sensórios, além de proporcionarem uma sensação de segurança e bem estar, e estimular ainda a fantasia. Um toco de madeira logo se transforma num carro, as sementes viram comidinhas.


O trabalho com a linguagem constitui um dos eixos básicos na educação infantil, dada sua importância para a formação do sujeito, para a interação com as outras pessoas, assim como na orientação das ações das crianças, na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento. O domínio da linguagem surge do seu uso em múltiplas circunstâncias, nas quais as crianças podem perceber a função social que ela exerce e assim desenvolver diferentes capacidades.


Nas cirandas são ouvidas e reproduzidas canções, poemas e versos que, repetidos todos os dias durante uma época, desenvolvem na criança a linguagem oral em seus diversos aspectos, tais como entonação, ritmo e articulação das palavras.

O mesmo se dá nas dramatizações, uma vez que as crianças necessitam desenvolver a capacidade de se expressar e de ouvir, para estarem aptas a participar de pequenas encenações que acontecem naturalmente em suas brincadeiras e que também podem ser propostas pela professora.


Apesar de no primeiro setênio a base da comunicação ser a linguagem oral, procurando não se antecipar o aprendizado da leitura/escrita, a criança poderá, pouco a pouco, e de acordo com seu desenvolvimento, tomar contato com o mundo da linguagem escrita, desenho, materiais espalhados pela escola (livros, avisos, bilhetes, anotações da professora, etc.), assim como o interesse da criança em conhecer a linguagem escrita, poderão criar um ambiente de aprendizagem natural. Além disso, é no contato com os adultos que a criança vai adquirindo e desenvolvendo a linguagem, portanto, a professora é responsável por apresentar de forma clara e bem articulada tudo o que é feito durante a aula e assim, a criança do primeiro setênio, que tem como base a imitação, irá reproduzindo o que vivencia na linguagem oral, bem como despertando o interesse pela escrita através do modelo do educador, que lê e escreve de acordo com as necessidades que surgem durante o dia.


Para a criança de primeiro setênio, que ainda não dispõe da linguagem escrita, o desenho traz a possibilidade de comunicar-se de outra forma, além da linguagem oral. O manuseio do giz de cera, o contato com a folha de papel e seus limites de espaço, vão preparando a coordenação motora fina necessária à futura aprendizagem da escrita.

Uma ferramenta importante no jardim de infância são os contos de fadas. Seus conteúdos sempre se referem às grandes verdades de vida e morte, bem e mal.


“Se você quer que seu filho seja brilhante,

conte a ele conto de fadas.

Se você o quer muito brilhante,

conte a ele ainda mais contos de fadas.”

Albert Einstein


Os contos de fada nos falam do desenvolvimento de uma alma individual, em que os personagens apresentam aspectos humanos fundamentais de cada um de nós. As lutas, batalhas, vitórias, sofrimentos, alegrias e tristezas humanas têm como cenário o íntimo do ser humano. Ao recebê-lo, a criança se fortalece para trilhar o seu próprio caminho na vida.


O que é recebido na infância forma um verdadeiro tesouro, a partir do qual a criança, no decorrer de sua vida, poderá haurir força, coragem, determinação, enfim, qualidades que nortearão sua conduta. Os contos populares, também contados pela professora em clima cheio de calor e participação, permitem às crianças explorar temas como a plantação, a construção, a arte do ferreiro, sendo então o início dos estudos de ciências sociais e história.

Os contos de fadas e os contos populares promovem ainda o desenvolvimento da memória, discriminação auditiva, enriquecimento do vocabulário, estrutura seqüencial, imaginação, fala clara e auto-expressão.

Nas atividades desenvolvidas em sala de aula, como pintura, desenho, modelagem em argila ou cera de abelha, teatro e ouvir histórias, trabalhos manuais, as crianças têm oportunidade de desenvolver a concentração, aprendem a valorizar o trabalho feito pelas próprias mãos, sensibilizando seus sentidos, enriquecendo suas fantasias, e reforçando também sua auto-estima.


Todas as atividades são regidas por um ritmo que se repete diariamente, semanalmente, mensalmente e anualmente. Os ritmos pertencem à nossa vida e a todas as criaturas que vivem. A alternância equilibrada entre concentração e expansão, entre atividade intelectual e prática, entre esforço e descanso, entre recordação e esquecimento, fomenta um processo vivo de aprendizagem. Quando o cotidiano transcorre ritmicamente, se torna saudável, pois está ligado aos processos rítmicos do homem, como a respiração e o batimento cardíaco. Permitindo às crianças que se desenvolvam em um ritmo, elas adquirem vitalidade, se acalmam e até mesmo aprendem mais rapidamente. Alem disso, o ritmo é fundamental para o equilíbrio emocional da criança, pois lhe traz segurança e confiança.´


A passagem do tempo compreendida através do ritmo de cada dia da semana em que se faz uma atividade específica; através de rodas e histórias desenvolvidas durante o mês; das estações e festas durante o ano, promovem a reverência pela natureza e um sentido de continuidade.

É através do ritmo no brincar, nas músicas e danças, na pintura e no desenho, nas histórias e teatros, na culinária, que o professor estimula o agir saudável, a fantasia e a prontidão para a aprendizagem.

A Educação Waldorf tem o intuito de alimentar o físico, o emocional, o intelectual e o social da criança, respeitando cada fase de seu desenvolvimento e preparando-a para as responsabilidades e desafios da vida escolar e de seu futuro como adulto. As atividades desenvolvidas na educação infantil são os pilares do futuro trabalho acadêmico. É nessa solidez e aconchego do Jardim de Infância Waldorf que nasce na criança pequena uma grande segurança e confiança que tanto a ajudará no mundo dos adultos, fazendo com que sejam capazes, por eles próprios, de dar sentido e direção às suas vidas, levando essas lembranças inesquecíveis para sempre em seus corações."


Fonte: Jardim das Amoras

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